Os incomodados que se mudem


Como na maioria das capitais em Campo Grande não poderia ser diferente, moradores da região central encontram muitas dificuldades para conseguir descansar, principalmente a noite. As principais reclamações são com relação a bares, boates, shows, parque de exposição, veículos com ruídos exagerados etc.

Por Marcos Ribeiro
O especialista de otorrinolaringologia, Matuba Felipe, afirma que a poluição sonora pode causar transtornos sociais e psicológicos. “O ruído é o inimigo numero um da audição, todas as pessoas expostas a ruídos correm risco de saúde”.

A presidente da Sociedade Internacional de Audiologia e vice-presidente da sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, Leda Russo afirmou que a intensidade do barulho causado por um liquidificador ou um aspirador de pó, varia entre 80 e 90 decibéis. Em uma balada, em local fechado o barulho passa de 120 dB. “para uma noite tranqüila, tem que haver um nível sonoro no ambiente que não ultrapasse os 50dB. Em um local em que a pessoa pra falar precisa aumentar o tom da voz, já é considerado um local de perigo para audição”.

O advogado Sandro da Silva (39) mora na Avenida Fabio Elias Zahran há 20 anos e diz estar muito preocupado com a mudança radical da Vila Carvalho. “Antes isso aqui era um sossego, tudo bem que não tínhamos nem asfalto, mas tínhamos paz. Agora é moto passando toda hora, um barulho ensurdecedor. Parece que eles (motoqueiros) fazem competição pra ver quem consegue fazer mais barulho”. Sandro diz ainda que os moradores se organizaram para reclamar nas rádios e nos órgãos públicos, mas que só ouviram promessas. “Não temos a quem recorrer, não há fiscalização é difícil admitir, mas está quase impossível continuar vivendo aqui, não consigo assistir nem um telejornal”.

A artesã Maria Alves da Silva (27) também mora na Avenida Fabio Elias Zahran e reclama do barulho, principalmente das motos e dos barzinhos. “As motos causam revolta em qualquer um. Tem vez que eles param bem em frente a minha casa e ficam acelerando bem forte até fazerem uns barulhos que parece ser tiro. Os barzinhos, é pra acabar, incomodam todas as noites, mas nos finais de semana é pior, por que eles colocam um pessoal pra cantar ao vivo que além de cantar muito alto, cantam muito mal”.

Uma matéria publicada pelo site Campo Grande News no dia 09 de setembro deste ano abordou a questão da poluição sonora no parque de exposição Laucidio Coelho na cidade de Campo Grande, no Jardim América. O barulho incomoda moradores dos bairros vizinhos como: Jóquei Clube, Vila Carvalho e outros.
De acordo com a publicação do site, o promotor de defesa do Meio ambiente, Alexandre Lima Raslan, instaurou inquérito civil para averiguar irregularidades dos eventos realizados no parque de exposição. Para desespero de muitos o foco do MPE (Ministério Publico Estadual) são as festas promovidas com algum indício de irregularidade, quando na verdade todos os eventos realizados no local causam incomodo pra sociedade. A esperança dos moradores é que a medida pelo menos amenize os transtornos causados pelos “organizadores” destas festividades.
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