Últimos embarques na "Rodoviária Velha"


O terminal rodoviário de Campo Grande, Heitor Eduardo Laburu, inaugurado em outubro de 1976, já foi um dos lugares mais interessantes da capital. Construção imponente, duas salas de cinema, era o ponto de encontro preferido para amigos e casais apaixonados. O local era muito moderno para aquela época, muitas salas comerciais, estacionamentos, inspirava cultura, era seguro e dava orgulho aos campo-grandenses.
Foto: Google



Hoje com mais de 33 anos a “rodoviária velha”, como é conhecida, está perto de sofrer a sua mudança mais radical, o desvio da malha viária para o novo terminal rodoviário Senador Antônio Mendes Canale, que será inaugurado no inicio de 2010, na Avenida Gury Marques saída para São Paulo. Da mesma forma que a atual rodoviária já foi moderna e completa, a nova surgi na história de Mato Grosso do Sul, disponibilizando aos usuários: 25 plataformas, 38 guichês, 12 salas comerciais, caixas eletrônicos, estacionamento para carros e motos, 63 táxis e 40 moto-táxi. Acessibilidade, conforto e segurança são uma das principais promessas da atual administração municipal. Na opinião dos moradores mais antigos da capital o responsável pela depreciação da rodoviária velha foi o descaso político


A policia militar afirma que em questão de segurança a rodoviária é atualmente o local mais crítico da área central. Diariamente vários policiais se revezam fazendo rota, revistando ônibus, averiguando bagagens e checando documentação de pessoas suspeitas. Constantemente traficantes e “mulas” são interceptados na rodoviária de Campo grande. Neiva Bete Martins da Silva Bento, 42, presta serviço operacional no centro da cidade há dezesseis anos e diz que a policia é muito eficiente e que vai além das suas obrigações, auxiliando a população que precisa de informações, encaminhando pessoas aos serviços sociais etc.


Para a cabo Neiva a rotina dos policiais não mudará após a inauguração da nova rodoviária, “mesmo que mude a rota dos ônibus, este ponto policial vai permanecer, porque se não vai afundar a região central, vai virar ponto de drogas, prostituição e tráfico”.


O prefeito Nelsinho Trad (PMDB) anunciou recentemente (10/11) em audiência pública na Câmara Municipal, que o projeto de revitalização do centro da capital contemplará a antiga rodoviária e que acredita que o camelódromo da cidade funcionaria muito bem naquele local. O prefeito disse que o projeto se realizará por etapas e que poderá sofrer alterações. Nelsinho declarou que pretende transformar a região central em um ponto de turismo, lazer e negócios, “o objetivo é modernizar o local e recuperar imóveis históricos, tirar o aspecto feio do entorno da rodoviária”.


A possibilidade de transferência do camelódromo para a rodoviária, no início de 2010, causa preocupação e divide opiniões entre os 232 comerciantes do terminal rodoviário. Algumas pessoas que ali trabalham temem que seus estabelecimentos sejam desapropriados. O comerciário Antonio da Silva, 45 anos, tem uma lanchonete na rodoviária há dois anos e disse estar feliz com a prorrogação da transferência da malha viária. Seu Antônio voltou a abastecer seu estoque e acredita que poderá trabalhar no local até março do ano que vem, “no dia seguinte ao que inaugurar a outra rodoviária, não abrirei mais aqui, não compensa e o dono já até pediu o prédio”.



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